Primeiramente, amostras do sangue do paciente são coletadas através do processo chamado aférese. As amostras são levadas para uma central especializada (fora do Brasil), onde ocorre a leucaférese das células mononucleares, os linfócitos ou células T. Após a purificação do sangue, as células T são alteradas através de engenharia genética para expressar o receptor quimérico de antígeno (CAR). A célula T agora é uma célula CAR-T. Essas células são projetadas para reconhecer e se ligar uma proteína específica nas células cancerígenas, sendo o CD19 (cluster de diferenciação 19, expresso nas células B) a molécula mais utilizada como alvo para as células CAR-T atualmente. Assim que as células CAR-T se ligam no CD19 através do reconhecimento de receptores, elas matam a célula cancerígena alvo (linfócito B) através da formação de poros na membrana e extrusão de grânulos citotóxicos.
Essas células T alteradas, passam por um processo de ativação e expansão (com fatores de crescimento como a Interleucina-2 são adicionados in vitro para que estas células se multipliquem) no laboratório. Assim que houver células suficientes, o paciente em questão receberá de forma autóloga a infusão de suas próprias células à sua corrente sanguínea. O objetivo é que as células CAR-T reconheçam e ataquem as células cancerígenas, geralmente, advindas de câncer hematológicos tais como os linfomas e leucemias. As modificações por engenharia genética que os cientistas realizam no laboratório permitem que estas células permaneçam no corpo por longos períodos de tempo, reconhecendo e atacando as células cancerígenas específicas, tais como as células B.
Atualmente, as células CAR-T podem ser aplicadas em pacientes com linfoma difuso de grandes células B (tipo de linfoma não Hodgkin) e leucemia linfoblástica aguda (LLA), ambas no cenário recidivado ou refratário da doença. Recentemente o “Centro de Terapia Celular da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto é a primeira instituição brasileira a desenvolver tecnologia 100% brasileira para a produção de células CAR-T.”
Referências
https://ctcusp.org/celulas-t-car/o-que-sao-celulas-car-t/
https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tratamento-oncologico/tudo-sobre-celulas-car-t
OLIVEIRA, Bárbara de Alencar et al . Vetores virais para uso em terapia gênica. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua , v. 9, n. 2, p. 57-66, jun. 2018 . Disponível em . acessos em 07 mar. 2024. http://dx.doi.org/10.5123/s2176-62232018000200008.
https://uenf.br/cbb/lbt/files/2014/09/Apostila-%E2%80%93-Vetores-de-clonagem.pdf